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jornal francês Libération

Jornal propõe reflexão sobre fotojornalismo com publicação sem imagens

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Homenagear a fotografia de um jeito diferente e fazer uma crítica à ascensão da tecnologia portátil foi o objetivo do jornal francês Libération, ao divulgar esta semana uma edição onde foram retiradas todas as imagens. A ideia surgiu da necessidade de repensar os processos de trabalho da indústria e o papel dos profissionais que dependem dela com foco no fotojornalismo.

Uma pesquisa realizada recentemente pelo American Society of News mostrou como os atuais cortes de equipe atingiram artistas, fotógrafos e videomakers. Desde o ano de 2000 até 2012, o rank de profissionais ligados a estas áreas declinou cerca de 40% e o número de repórteres e jornalistas diminui em média 32%.

Essa crise fez com que o jornal francês Libération resolvesse propor uma reflexão sobre o assunto. Os avanços tecnológicos trouxeram inúmeros benefícios à sociedade embora tenham trazido ao mesmo tempo muitos desafios para o mercado de trabalho. Um choque visual é assim que Brigitte Ollier, da equipe de cultura do jornal Libération descreve a primeira edição sem imagens. “Em seu lugar, uma série de quadros vazios que criam um espaço de silêncio, bastante desconfortável: é óbvio, há uma falta de informação, como se tivesse tornado um jornal mudo. Sem som, sem esta pequena música interior que acompanha o olho”, disse a jornalista no artigo intitulado “Libération mergulhou na escuridão”.

Na primeira edição do jornal sem as imagens foi mantido o design usual. Contudo, para trazer uma reflexão sobre o tema foi organizado junto aos textos uma série de espaços vazios no local onde ficariam as fotografias, mas com as respectivas legendas. O destaque fica por conta das últimas páginas que abrigam todas as fotografias não exibidas nos artigos e com a referência do respectivo local.

Fonte: Libération